Solução alcoólica de Iodo - Parte 1



Designada, correntemente, por tintura de Iodo é um dos anti-sépticos mais vulgares.
Inicialmente, esta solução era preparada por dissolução do Iodo no álcool 90º (10:120g) ou de 95 º (10:90g), tendo figurado vários métodos para a sua obtenção em farmacopeias do fim do século passado ou princípios deste.

Os processos então referidos, que se fundamentavam na dissolução do iodo no álcool, originavam uma «tintura» que acidificava progressivamente, devido à formação de ácido iodídrico:

CH3CH2OH + I2 --» CH3CHO + 2HI
CH3CHO+H2O+I2 --»CH3COOH+2HI

O ácido acético assim produzido reagia com o álcool, originando acetato de etilo:
CH3COOH+CH3CH2OH--»CH3COOCH2CH3+H2O

Por outro lado, o aldeído acético reagia com o álcool, promovendo a formação de acetal:

CH3CHO+2C2H5OH--»CH3CH(OC2H5)2+H2O

Finalmente, o ácido iodídrico produzido atuava sobre o álcool, formando-se iodeto de etilo dessa reação:

CH3CH2OH+HI--»CH3CH2I+H2O

Pela observação destas reações, compreende-se que a solução alcoólica de iodo, primitivamente obtida, aumentava gradualmente a sua acidez, tornando-se cáustica e redutora, fenómeno que era acompanhado pela formação de outros compostos(ésteres, acetais, iodeto de etlo), cuja produção alterava as qualidades iniciais de preparação. É certo que, como demonstrou HUGENNHOLTZ, a reação de formação do ácido iodrídrico era reversível ( ao fim de 6 a 7 meses de preparação), já que este, reagindo com o iodeto de etilo em presença do oxigénio, por catálise luminosa, regenerava iodo:

luz
C2H5I+HI+O-----»C2H5OH+I2  

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